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Núcleo do Projeto Rondon UnB (2011-2012)
Autor do blog
Rafael Ayan é Especialista Socioeducativo - Pedagogo na Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do DF (Sejus/DF). Foi professor da Secretaria de Educação do DF de 2013 a 2019, lecionando em escolas da Ceilândia, Estrutural e Taguatinga, além de técnico-administrativo na Universidade de Brasília de 2004 a 2013. É formado em Serviço Social e possui Mestrado em Educação, ambos pela UnB. Também lecionou no Núcleo do Projeto Rondon da UnB (2011-2013) e nos cursos de Pedagogia a Distância na UAB (Universidade Aberta do Brasil) nos municípios goianos de Alexânia, Águas Lindas de Goiás e Cidade de Goiás, bem como nos municípios de Acrelândia e Xapuri, no Acre. No ensino superior privado, foi professor dos cursos de Pedagogia, Serviço Social e Psicologia no IESB-Oeste. Torce (sofre) pelo Vasco da Gama e é apaixonado por pizza, games e mais ainda pela esposa Danielle e pelos filhos Raíssa e Enzo. Costuma escrever quando dá na telha ou quando é "obrigado".
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Plantando uma treta com a esquerda e com a direita
O liberal Anísio Teixeira e o socialista Darcy Ribeiro criaram um dos projetos educacionais mais eficiente e eficaz do mundo na época da construção de Brasília, no Plano Piloto.
Pronto, agora a direita vai dizer que o projeto nunca existiu ou foi demasiadamente estatizado e a esquerda vai discutir o estado da arte para saber se Darcy Ribeiro era socialista raiz, nutella ou nem isso, mas o que temos de concreto mesmo, com anos de ataque de Joaquim Domingos Roriz, Cristovam Buarque, José Roberto Arruda, Rogério Rosso, Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg são jardins de infância, escolas classe, escolas parque, escola polivalente e centros de ensino médio (Setor Oeste, Setor Leste, Gisno, Paulo Freire, CEAM, Elefante Branco) que formaram para alémdo currículo tradicional milhares de brasilienses natos ou “aconchegados”.
O brilhantismo do baiano Anísio Teixeira, criador e ex-reitor da UnB – deposto pelo golpe militar de 1964 -, aliado ao pensamento inovador do mineiro Darcy Ribeiro, também criador e ex-reitor da UnB e perseguido pelos militares, têm muito a ensinar à direita e esquerda atual sobre os perigos de ruptura da democracia, sem capitular para a governança de coalizão (qualquer que seja o nível). “Curiosamente”, para a ditadura militar, os dois educadores eram farinha do mesmo saco.
O resultado do militarismo no comando do país todo mundo já sabe: o liberal Anísio Teixeira “apareceu morto” no fosso do elevador do prédio Aurélio Buarque de Holanda, onde residia. Já o socialista Darcy Ribeiro teve os direitos políticos cassados e foi exilado.
Não falo isso para que esquerda faça uma chapa com a direita para governar o país, até porque jamais se chegaria à um consenso e, ainda que chegasse, eu não elogiaria e sim criticaria essa fórmula que leva indubitavelmente ao fisiologismo. Contudo, o consenso possível entre os democratas deve ser o de que Bolsonaro não pode ganhar, porque não seria uma derrota dos liberais ou socialistas, mas uma derrota da democracia – e esta, definitivamente, é o que permitiu à Anísio e Darcy sonharem juntos a UnB e a educação básica de Brasília.
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