O Yin-Yang do Churrasco de Serviço Social da UnB do dia 14/04/2012.

No dia 10/04/2012 ficou pronta a arte da VASCASA, feita pelo meu amigo, o artista visual Renato Moll. A arte tem múltiplas representações:

  1. O meu apelido desde 1995 (Chakrinha, uma junção da alusão ao finado comunicador e ao bairro Vicente Pires, à época um setor de chácaras)
  2. O Vasco da Gama, clube de meu coração e, principalmente, um espaço de amizade, de diálogo entre diferentes formas de pensar, materializada na maior paixão nacional: o futebol! A VASCASA não é somente um local de assistir jogos, vai muito além disso. É um espaço que repudia a violência de torcidas organizadas, pois muitas delas só servem para causar briga, o que não tem identificação com o esporte. Aliás, esse é um dos três mandamentos da VASCASA: não pode ter briga; não pode ter drogas ilícitas; e tem que ficar um grupo para ajudar a limpar a casa, fazendo a coleta seletiva sempre que possível. É incentivado que as pessoas venham com a blusa de seu clube, para mostrar que a diversidade pode conviver harmoniosamente e até melhor do que se torcêssemos para o mesmo time.

Pois bem, quatro dias após, no sábado, 14/04/2012, ocorreu o Churrasco do Serviço Social da UnB na VASCASA. Até 21h00, não ocorreu nenhum problema no evento: não tinha homofobia, piada racista, sexismo ou outras coisas equivalentes. Pode parecer estranho falar isso mas no dia anterior a UnB ficou de alerta justamente por causa de ameaças feitas por criminosos provavelmente ligados à Marcelo Valle – com uma dose de boataria alimentada pelas redes sociais. O problema foi logo após um primeiro princípio de tumulto – que eu já tinha antevisto antes de começar e solicitado a retirada do rapaz que estava alterado –, quando várias outras “indisposições” se sucederam. Algumas justas, de colegas que tentaram me defender. Outras pela modinha de vale-tudo, de oportunistas, de vagabundos que vão para “separar” a confusão e quando alguém o toca a primeira reação é “tira a mão de mim meu irmão”, quase que um jargão de quem combina esteróides com álcool.

O fato é que, justas ou injustas, todas foram desnecessárias, por vários motivos: respeito aos vizinhos, aos convidados, aos meus pais e principalmente à mim. Não é um pedido, é um comunicado: não é para brigar e pronto. Quem quiser brigar, usar drogas ilícitas, jogar lixo no chão, não tem problema, não precisa seguir as regras, mas escolha outro local para fazê-lo. Na VASCASA não pode, e isso não está em negociação. Por quê alguém sai de casa para brigar? Talvez por falta de amor próprio, do amor de outrem, do amor de amigos(as). Quem mora em Brasília já ouviu falar muito do Sabará, um bombado* lutador de capoeira que vai à shows de axé e tem como prazer bater no público. Em 1995, quando tinha 12 anos, ouvia falar do Sabará. Em 2012, com quase 29 anos, vi que ele além de continuar com suas atrocidades, fez escola. O Efeito Sabará se apossou de grande parte da juventude, que reproduz a conduta violenta, em menor escala, em churrascos, festas, nas escolas, onde puderem oprimir covardemente as pessoas. Sabará não foi o primeiro opressor, isso existe desde o princípio da humanidade. O triste é saber que não será o último!

A sorte é que meus pais não estavam em casa. Pergunto-me constantemente: por qual motivo um casal de 76 e 74 anos, casados há 51 anos, deveriam presenciar a falta de maturidade de um bando de moleques? A resposta é quase que automática: mas então não faz festa! Errado. Nunca houve um só bate-boca na VASCASA. Nunca houve uso de drogas ilícitas (como também não houve agora). Sempre fica alguém pra ajudar na limpeza (e agradeço aos colegas que ficaram dessa vez). Mas briga é a última coisa que eu esperaria num churrasco do Serviço Social da UnB, logo quem se prepara para trabalhar com manifestações da questão social, resolve agir com o coração na frente do cérebro. E mesmo que eu não acredite que consigamos dominar todos os nossos ímpetos, o que ocorreu no churrasco é inadmissível.

Uma das explicações são pessoas de fora do curso, que não tem identidade com o que ocorre no espaço (e eu também já tinha avisado sobre isso) e acham que podem fazer o que quiserem, pois nunca mais verão aquelas pessoas novamente. Talvez por isso um rapaz esperava, molhado, encostado na parede que foi pintada não tem 3 meses, para ir ao banheiro feminino. Ele deve ter confundido com algum clube ou o próprio chiqueiro onde mora, em que não há regras para nada. Sem exagerar, mas se os próximos churrascos do Serviço Social da UnB forem desse jeito, teremos que colocar plaquinhas do tipo “favor não cagar no chão”. Pode ser que esse tipo de apelo funcione.

Enfim, não dá para falar de tudo. Era impossível saber todas as loucuras que estavam acontecendo, pois enquanto eu estava tentando resolver um problema dentro da casa, um moleque estava com o seu gol vermelho impedindo a saída de outros seis carros da festa, provavelmente achando que era um Caldas Country em que uns motoristas imbecis param o carro, largam o volante e começam a dançar no meio da rua, atrapalhando o trânsito. Que tipo de reabilitação pode haver pra esse tipo de indivíduo? Que tipo de conversa por haver para quem acha que o mundo gira em torno de seu umbigo? Outros motoristas que esperavam para sair, como se adiantasse, buzinavam, pois para eles os vizinhos não estavam incomodados o suficiente. E as rodinhas de briga continuavam, visto que tinha mais gente querendo aparecer e dizer que também tinha brigado na festa.

A lição que fica é a de que churrasco do Serviço Social na VASCASA, não tão cedo. Pelo menos não até alguns dos vagabundos de fora do curso que vieram para brigar arrumarem uma ocupação e não resolverem fazer acerto de contas com estudantes do curso. E pelo menos até alguns estudantes do curso – uma minoria, felizmente –, compreenderem que Marx não é só para ser utilizado no Pavilhão João Calmon duas vezes por semana, mas o comunismo exige práticas de respeito ao próximo que não podem ser dissolvidas numa garrafa de vodka. Claro que a maioria das pessoas de fora do curso nunca trazem problema algum, mas é melhor penalizar essa maioria e deixar somente estudantes do que correr riscos. Os estudantes sabemos onde encontrar, mas e os estranhos que eu nunca vi (e espero nunca mais ver), como cobrar o prejuízo que deram?

Estou envergonhado pelos meus vizinhos, pelos meus pais, pelos meus colegas de curso, da calourada que acabou de chegar e tem uma visão deturpada do Serviço Social e da UnB. Vergonha dos que foram ao meu lar, um espaço de confraternização, e viram nossa festa se tornar um ringue. Aliás, um ringue tem regras, então o que fizeram foi pior. Com todo o mérito da festa ter sido muito boa até que chegasse o momento das brigas, vide as fotos e vídeos que postaram em nosso grupo no Facebook, o churrasco vai ser lembrado pela confusão, como já vem acontecendo. Muito obrigado à todos(as) colegas que me compreenderam. Não sei se consegui manter a calma mas tentei ao máximo preservar a segurança das pessoas com uma saída organizada (por vez) dos brigões, o que pode não ter ocorrido como planejado. E grato novamente por saberem aproveitar uma festa e aparecer sem apagar o brilho de ninguém. Realmente a festa começou e se desenvolveu de forma muito boa, mas acabou de maneira péssima. Perdoem-me pelo ocorrido.

“Infelizmente não podemos voltar atrás e fazer um novo começo mas podemos começar agora e fazer um novo final.”

“Quem estuda e não pratica o que aprendeu é como o homem que lavra e não semeia”. Provérbio árabe

* Diz-se daquele que não tem força física na cama mas somente no tatame.

Sobre ayanrafael

Pedagogo, Assistente Social e Mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Trabalhou como técnico-administrativo na Universidade de Brasília, como Professor de Atividades da SEEDF (Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal) e atualmente é Especialista Socioeducativo - Pedagogo na Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, lotado no Centro Integrado 18 de Maio.
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10 respostas para O Yin-Yang do Churrasco de Serviço Social da UnB do dia 14/04/2012.

  1. MACACO FILHO DE UMA PUTA
    TO CONTANDO AS HORAS QUE VOU PEGAR
    VC TA FUDIDO PRETO DE MERDA

    ME LIGA CUZÃO

    VAMOS TE MATAR

    11 7283 3945

    11 8630-0706

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  2. PRETO DE MERDA,MACACO SELVAGEM FILHO DA PUTA
    VOU TE CAÇAR
    TO CONTANDO AS HORAS
    VOU TE PEGAR ATE NO INFERNO

    TU VAI MORRER

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  3. PRETO SAFADO AMALDIÇOADO

    ME LIGA SE TU FOR HOMEM

    11 7283 3945

    11 8630-0706

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  4. PRETO CUZÃO

    VOU CORTAR TUA CABEÇA

    E JOGAR UM FUT

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  5. MARCELO VALLE disse:

    Preto safado,tu axa que é gente?
    vai morrer

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  6. MARCELO VALLE disse:

    Vamos te matar criolo safado

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  7. MARCELO VALLE disse:

    VAI MORRER

    VAI MORRER

    VAI MORRER

    VAI MORRER

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  8. MARCELO VALLE disse:

    VAI MORRER

    VAI MORRER

    VAI MORRER

    VAI MORRER

    PODE ANOTAR

    Ñ GOSTO ME LIGA PRETO SAFADO

    11 7283 3945

    11 8630-0706

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  9. MARCELO VALLE disse:

    JA TO SOLTO
    SE PREPARA NEGRO DE BOSTA

    http://www.orkut.com/Main#Community?cmm=121894471

    VAMOS ATACAR A UNB E TE MATAR

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  10. MARCELO VALLE disse:

    JA TO NA PISTA PRETO CUZÃO

    http://www.orkut.com/Main#Community?cmm=121894471

    ESTAMOS PREPARANDO JA SUA MORTE AKI NESSA COMUNIDADE
    VAI MORRER MACACO DE MERDA
    SEU PRETO AMALDIÇOADO,VAI SE ARREPENDER DE ENTRAR NO MEU CAMINHO
    VC É NEGRO

    NEGRO=LIXO

    FICA LIJEIRO ESTA DADO O AVISO

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