Marcelo Valle Silveira Mello: um racista alimentado pela UnB!

Há algum tempo, tanto eu como muitas outras pessoas esperam por justiça. Esperam para ver alguma atitude mais firme contra um criminoso racista que ameaça mulheres, negros, homossexuais, faz apologia à pedofilia e que tem como um de seus alvos a comunidade acadêmica da Universidade de Brasília. Enfim esse dia chegou, com a prisão de Marcelo Valle Silveira Mello.

Entrevista para O Globo sobre o histórico de agressões de Marcelo Valle:

http://globotv.globo.com/infoglobo/o-globo/v/aluno-da-unb-fala-sobre-marcelo-valle/1871606/

Marcelo é conhecido de longa data na UnB, inclusive de Thérèse Hofmann Gatti. Infelizmente, não pelo seu conhecimento em informática, que poderia utilizar em favor do crescimento do país, mas pelo seu ódio à todos(as) que não comungam de suas ideias, de seus crimes.

Em 05/08/2005, na única oportunidade em que o encontrei pessoalmente – excluindo-se as oitivas no MPDFT e na Comissão Disciplinar da UnB –, ele tentou me agredir. Estranhamente, mesmo sem ter me chamado para conversar, a UnB já tinha escolhido o seu lado na história: era eu o culpado, o “suposto agressor”, e cabia a mim me defender desse racista, homofóbico e pedófilo dentro e fora da UnB, e por muito pouco o processo aberto por racismo em que o MPDFT logrou êxito na segunda instância não se transforma em um processo de uma suposta agressão ao Marcelo.

Ora, logo a UnB, que se diz vanguarda na defesa dos direitos humanos, pecou. Lembro-me bem que nesse dia da “suposta agressão”, 05/08/2005, eu estava andando no gramado entre o ICC Norte e a Biblioteca da UnB e fui surpreendido por um Fiat Uno da segurança da UnB, que entrou no gramado, deu um “cavalo de pau” na minha frente e me deu “voz de prisão”. Três seguranças armados com cassetetes me colocaram no carro, forçadamente, e me levaram para o posto policial da UnB. Lá fiquei aguardando o Marcelo Valle chegar. Passaram-se dois minutos e ele chegou, no banco dianteiro de uma Kombi, somente com um motorista. Começava aí o racismo institucional da UnB!

Bem, o fato é que essa confusão gerou um processo que não foi de “suposta agressão física de Marcelo Valle à Rafael Ayan” e sim o contrário. A forma de se escolher o réu é clara e tem duas explicações viáveis, não excludentes:

1-   Quem é o negro e quem é o branco da história.

2-   Quem participava do movimento estudantil e não era visto com bons olhos pela reitoria, principalmente em tratando-se de um estudante e servidor.

O que seguiu daí foi uma perseguição contra mim, num processo administrativo iniciado na UnB que em muito ajudou na defesa de Marcelo de que eu o tinha agredido, desviando o foco do racismo. Eu me defendi sozinho da acusação de agressão física de Marcelo, tanto dentro da UnB como fora (no MPDFT), no processo em que eu fui arrolado como testemunha de acusação e quase viro o réu.

Por quase sete anos guardei esses documentos comigo, pois tinha certeza que se os publicasse antes não iria surtir efeito algum, iriam achar que era uma briguinha pessoal, como ponderou a juíza que inocentou Marcelo Valle na primeira instância. Hoje, com o país todo sabendo quem é Marcelo Valle e sua conta de 500 mil reais, sabe-se lá se não era para a compra de armamentos para uma matança em série na UnB, chegou o momento de mostrar como a UnB tem parte da culpa de ter alimentado a visão de impunidade de Marcelo. Não divulgo isso para prejudicar a imagem da UnB, mas porque por muito tempo eu fui tido como alguém que agrediu um estudante, e venci essa acusação nos tribunais sem apoio algum da UnB. Aliás, a UnB, em alguns momentos, como verão a frente, parecia querer me expulsar, ao passo que Marcelo tinha um tratamento de rei. Para terem ideia, ele não saiu da UnB por uma decisão política da reitoria, que poderia com base no regulamento da universidade – o mesmo que utilizaram para me culpar precipitadamente –, ter expulsado Marcelo por representar perigo à comunidade acadêmica.

Então, é salutar dizer que jamais, repito, jamais as gestões Lauro Mohry (2005), Timothy Mulholland (nov/2005 – abr/2008), Roberto Aguiar (abr/2008 – nov/2008) e José Geraldo de Souza Júnior (nov/2008 – atual) me ofereceram qualquer tipo de apoio nessa questão. Não fossem as ameaças de Marcelo ao aniquilamento de estudantes da UnB, ficasse ele “somente” com os ataques aos negros, mulheres, homossexuais e apologia à pedofilia, a UnB continuaria em sua inércia achando que não se passava de alguém querendo aparecer.

Começo com a digitalização da abertura do processo de sindicância contra mim, em 10/08/2005. Passados cinco dias após o ocorrido, sem nunca ter me chamado para explicar o que aconteceu, a UnB me elegera a bola da vez, deixando o racismo de Marcelo Valle seguir caminho livre e inclusive ser incentivado.

Para entender o caso e ver as provas do racismo institucional da UnB…

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001

Imagem 1 – Marcelo Valle partiu para me agredir na sexta-feira, dia 05/08/2005 no Centro Comunitário da UnB.  Na segunda-feira, dia 08/08/2005, o Extrato de Ocorrência n. 827/2005 já me apontava como “suposto agressor”, sem jamais ter me chamado para conversar sobre o assunto:

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002

Imagem 2 – Folha de Rosto do UnBDoc 49651/2005, que encaminhou o Extrato de Ocorrência ao Decanato de Assuntos Comunitários, à época sob o comando de Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa:

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003_REGIMENTO

Imagem 3 – Cópia do Regimento Disciplinar da UnB, em que me aponta como suposto agressor de Marcelo Valle Silveira Melo e me enquadra no Art 13, b e desconsidera todas as ofensas e ameaças que o mesmo Marcelo fez contra a comunidade universitária da UnB, sobretudo negros, mulheres e homossexuais (e mesmo depois disso a UnB nunca abriu processo contra ele):

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004_THERESE

Imagem 4 – No dia 10/08/2005, 5 dias após Marcelo tentar me agredir e dois dias após receber o Extrato de Ocorrência 827/2005, A Decana Thérèse Hofmann Gatti assina despacho solicitando abertura de processo de sindicância (sic) em desfavor de Rafael Ayan Ferreira por suposta agressão física contra Marcelo Valle Silveira Melo, desconsiderando todas as reportagens que saíram nos jornais da época sobre a intolerância de Marcelo e a intolerância do mesmo com a comunidade universitária da UnB:

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005_PAD

Imagem 5 – Em tempo recorde, foi aberta sindicância contra mim (UnBDoc n. 66622/2005), o que foi utilizado por Marcelo Valle para se defender do MPDFT de processo por racismo no Orkut e que por pouco não virou um processo de agressão minha contra ele, também, na esfera judicial, tudo isso com uma “mãozinha” do racismo institucional da UnB:

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Final, em partes, feliz…

Esse processo administrativo disciplinar seguiu por anos na UnB e mesmo depois da saída do reitor fanfarrão Timothy Martin Mulholland, em abril de 2008, por suspeitas de diversos crimes contra o patrimônio público, esse grupo que me perseguiu continuou atuando para ver se conseguia me expulsar da UnB, seja como estudante ou como servidor (estágio probatório que não passei e até hoje estou desde 2008 com o salário congelado, continuando a trabalhar – e receber – graças à ação do SINTFUB), e foi frustrado quando, por falta de provas (mas não de más intenções por parte deles), o processo foi arquivado pela Comissão indicada para julgar o caso. Durante todo o processo, me defendi sozinho, enquanto Marcelo Valle tinha advogados (no plural mesmo) dos melhores escritórios de Brasília. A Reitoria quis me empurrar um advogado laranja, indicado por Timothy, para saber quais seriam minhas estratégias de defesa no processo e tentar me enterrar de vez, mas recusei o “advogado” e continuei a me defender sozinho. Nas oitivas em que fui chamado no MPDFT, também jamais compareci com advogado e não deixei que Marcelo Valle virasse a mesa no processo que tinha ele como réu.

Thérèse nunca quis saber das ameaças que sofri de 2005 em diante, se eu estava bem, se precisava de ajuda, de apoio psicossocial da UnB, coisas simples que cabem à qualquer decana que se vê diante desse tipo de situação. Ao invés disso, preferiu me colocar como alvo e praticar o seu patrulhamento ideológico através de um processo administrativo disciplinar, tudo isso em meio ao meu estágio probatório e ameaças de grupos nazistas dos quais Thérèse jamais soube que existissem.

Enfim, com o arquivamento do processo, Thérèse perdeu a batalha, mas nunca desistiu da guerra de me cercar. Até que ponto essa perseguição vai chegar?

31/01/2013 – Para você que acabou de ler essa matéria agora, de março de 2012, veja as consequências… Therese Hofmann, que aparece na matéria como Decana de Assuntos Comunitários e abrindo o Processo Administrativo Disciplinar contra mim, a partir de novembro de 2012 tornou-se Decana de Extensão. Na UnB é assim, o que vale não é a competência para o cargo mas sim poder colocar qualquer peixada em qualquer lugar. Bem, o fato é que Therese me excluiu do Moodle e colocou outros professores em sala, me excluindo do Núcleo do Projeto Rondon da UnB. Pra mim seria muito fácil ignorar tudo isso e continuar indo para as aulas, pois o outro docente não iria querer disputar voz comigo no mesmo ambiente, nem a decana iria colocar segurança pra me impedir de dar aula, mas foi melhor não voltar. Fica evidente a perseguição de Therese Hofmann comigo, e é algo que já se arrasta por anos.

Pra saber mais sobre a bagunça que se tornou o Projeto Rondon na UnB, ver:

1- CARTA ABERTA DE RONDONISTAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA EM CAMPO ALEGRE DO FIDALGO – PIAUÍ (19/01/2013)

2- NOTA PESSOAL DE ESCLARECIMENTO SOBRE O PROJETO RONDON NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (28/01/2013)

Sobre ayanrafael

Pedagogo, Assistente Social e Mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Trabalhou como técnico-administrativo na Universidade de Brasília, como Professor de Atividades da SEEDF (Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal) e atualmente é Especialista Socioeducativo - Pedagogo na Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, lotado no Centro Integrado 18 de Maio.
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16 respostas para Marcelo Valle Silveira Mello: um racista alimentado pela UnB!

  1. Jú Ferreira disse:

    Putz, que foda velho!!!
    Fico feliz que hoje vc pôde mostrar a verdade!
    Parabéns!

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  2. Libia Amaral disse:

    Rafael, força em sua luta, o q posso fazer p lhe apoiar é seguir os posts e compartilhar nas redes sociais, p q pelo menos mais gente saiba pelo q vc passou.

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  3. Patrik Paust disse:

    Atitude… parabens por ter isso em sua vida Rafael,fico admirado da galera não ter moido essa franguinha de pau na UNB… ah se eu to lá!

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  4. Dimitri disse:

    força ae irmaun!

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  5. disse:

    Ah, vamos ver se eu entendi: a violência q o Marcelo queria cometer e as q cometeu não são aceitáveis (c/ o q concordo) mas “moído essa franguinha de pau na UnB… ah se eu to lá!” é correto? Interessante como somos todos violentos mas negamos isso veementemente. A única diferença é q uns encontram argumentos socialmente mais aceitáveis para suas agressões. A frase acima parece extraída dos textos do blog do Silvio Koerich…

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  7. Shirley disse:

    Rafael,
    Conta a historia toda do que aconteceu na UNB. Acho que isso precisa ficar claro.
    Abcs.

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  8. André Oliveira disse:

    Sou aluno da USP, me comprazo com a prisão deste idiota e manifesto minha solidariedade a seU favor. Como são cínicos os gestores universitários ao investigar denúncias contra negros e militantes dos movimentos sociais.

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  9. Glauber Arantes disse:

    Rafael: você teve a infelicidade de cruzar o caminho de um psicopata, e quase pagou caro por isso. Agora que o criminoso foi preso, é preciso uma vigília da sociedade para que ele não seja solto por nosso defeituoso sistema criminal. Como a sociedade, na prática, não costuma agir (memória curta e acomodação), então precisamos pensar outros meios para livrar as pessoas de bem desse verme parasita. Sugestão? Bom, se a imagem dele continuar na mídia – e temos meios para tal, talvez haja uma punição exemplar. Seu blog já é uma bom começo. Grande abraço e te cuida!

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  10. keydson disse:

    FMano vc conseguio, parabens. Eu ja conhecia esse dilema q vc enfrenteva, vi alguns de seus posts a respeito desse fulano e de suas praticas racistas. Em fim vitoria da verdade, sua vitoria! E isso mostra q nem sempre o deixa pra la e a unica saida .

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  11. Maria do Socorro Sampaio M. de Barros disse:

    Você pode contar com meu apoio! A Paz que queremos caminha ao lado da Justiça, e ela, mesmo “cega” um dia nos contempla com a verdade. Faça dessa injustiça matéria de sua libertação.

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  12. Nathan disse:

    Ou cara, tão só as miniaturas dos documentos aí. Seria bom colocar link para as imagens grandes.

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  13. Já trabalhei e estudei na UnB! Conheço esse esquema aí e as pessoas tb! É por esse tipo de coisa é que me afastei da UnB definitivamente desde 2006… Com essas lideranças que temos lá neste momento, não dá! Mudei inclusive de profissão e hj estou muito feliz! Obrigado pelo depoimento Rafael!

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  14. 4mh90nw disse:

    dificil é saber quem mente mais vcs reds os centro esquerdistas da unb o chan a pf forjadora de dossies pra oab sp no desgoverno passado e sabe-se la como continua os deep estados da vida ja que é uma velha tradição vide as ditaduras passadas as metropoles e suas agencias os lobbies os do costume

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    • ayanrafael disse:

      Acho que quem mente mais é você que vai dizer que esse seu texto sem pé nem cabeça dos comentários foi culpa do corretor, que é corretor ORTOGRÁFICO e não IDEOLÓGICO. Alerto que para a imbecilidade ainda não há cura.
      Abraços
      Rafael Ayan

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  15. Rui Ricardo Soares Melo Filho disse:

    Esse Marcelo provou que é um bandido. Um cara que dissemina pedofilia, violência contra a mulher, racismo e homofobia, de forma fria, desumana, insensível e cruel tem que mofar atrás das grades para sempre.

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